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Hospital das Clinicas da UFPE



A unidade de terapia intensiva (UTI) é um dos ambientes mais estressantes do hospital. É um ambiente potencialmente hostil para o paciente crítico e vulnerável.
Os pacientes internados na UTI são portadores de doenças graves, com risco iminente de morte e que necessitarem de cuidados intensivos e de monitorização constante de vários parâmetros fisiológicos. Estes pacientes encontram-se num ambiente estranho, longe de seus familiares, muitas vezes desprovidos de suas roupas, ansiosos, deprimidos, com medo de morrer,. Dor, privação de sono, desconforto, sede, fome, dificuldade de comunicação, sedação, isolamento, perda de interação com os familiares e amigos, ausência de controle sobre si mesmo e limitação dos movimentos, são alguns dos fatores responsáveis pelo aumento da ansiedade e de delirium nestes pacientes.
O aumento do estresse ativa o Sistema Nervoso Simpático (SNS) levando a aumento da frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA) e frequência respiratória. Sedação e analgesias são comumente utilizadas para controlar dor e ansiedade nos pacientes submetidos à ventilação mecânica, porém estas drogas causam muitas complicações, como aumento do tempo de ventilação mecânica, aumento do risco de infecções, aumento do tempo de internamento, de delirium na UTI, e dos custos hospitalares.
A internação na UTI causa estresse, ansiedade e angústia nos familiares dos pacientes. A gravidade do quadro clínico, alteração do nível de consciência e a impossibilidade de comunicação são fatores importantes de ansiedade. O fato de não poder acompanhar o paciente internado, a curta duração das visitas e o desconhecimento do estado real de saúde do paciente e do seu prognóstico são fatores estressantes. Para os familiares, visualizar o seu familiar respirando com ajuda de um respirador mecânico, cheio de fios e de tubos e sem saber se ele está sentindo dor, fome ou sede é uma verdadeira tortura. A UTI é um ambiente estranho, misterioso e pouco acolhedor, frio e impessoal, estressante para os pacientes, seus familiares e os profissionais de saúde.
A equipe multiprofissional de saúde da UTI cuida de pacientes graves e instáveis, com risco iminente de morte, onde decisões acertadas devem ser tomadas rapidamente. O trabalho na UTI é cansativo e nem sempre gratificante. A proximidade com a morte é muito frequente.
Os efeitos benéficos da música sobre o corpo e a mente são conhecidos desde a antiguidade. A experiência musical é uma das experiências humanas emocionais mais ricas, sensitivo motor e cognitivas. Ela envolve escutar, assistir, sentimentos, movimentos e coordenação, relembrar e expectativas. Frequentemente é acompanhada por fortes emoções resultando em alegria, felicidade, lágrimas, calafrios. Um grande número de estruturas cerebrais corticais e subcorticais contribuem para o processamento e produção de música
A música tem o poder de acalmar, relaxar, tranquilizar, reduzir a ansiedade, evocar lembranças. Ela quebra momentos de tensão, faz com que por alguns momentos os pacientes e seus familiares esqueçam-se dos seus problemas e se sintam transportados para outra realidade de tranquilidade, conforto espiritual, bem estar e esperança. A música na UTI tem levado conforto, acalanto, distração, alegria e esperança aos pacientes e seus familiares,
Por todos os efeitos benéficos que a música tem causado no ambiente da UTI e nos seus usuários, paciente, familiares, profissionais de saúde, alunos e voluntários desde o início das atividades do projeto MAIS em 2007, além do desenvolvimento de novas parcerias, da integração multidisciplinar, do aprendizado constante dos seus integrantes, por ser local de estágio de alunos da graduação e pós-graduação contribuindo com o desenvolvimento de atitudes humanizadoras e de solidariedade importantes no desenvolvimento de seu caráter e pelo desenvolvimento de pesquisas científicas, é imprescindível a continuidade, aprimoramento e divulgação deste projeto.